quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

2012


Hoje, perambulando por redes sociais alheias, me dei conta de quanto tempo já se passou. Mensagens de “o que foi 2011 pra mim” tomaram conta dos perfis, e eu me vi (como já é tão conveniente) perdida.
Sabe quando você está dormindo e te acordam gritando que já são 12:00? Ou então aquela sensação de: poxa, acabei de deitar e o dia já raiou? Então. Foi o que acabou de acontecer comigo, aqui e agora. Parece que foi ontem que conheci pessoas maravilhosas, senti o que nunca pensei que sentiria, enfrentei coisas que em meus planos jamais conheceria. Fui quem não fuiria. E como sempre, não amei na medida certa. Ninguém. Amei mais, amei demais. E em contrapartida -como se por pura ironia- não foi suficiente, por que o que recebi em troca... Superou todas as expectativas.

Lembro que no começo do ano passado escrevi um texto grande sobre 2010 e em meio às entrelinhas quis mostrar que apesar de decepcionar... Ensinou, surpreendeu, e valeu a pena.
Esse ano eu tenho grandes histórias, grandes aprendizagens, grandes burradas, grandes gargalhadas, grandes amigos (que se fizeram enormes irmãos)... Mas não consegui encontrar grandes palavras. Não dá pra resumir em 30 linhas (nem em mil) o significado disso pra mim. Nunca dará. Por que 2011 se tornou tão incrível que não consigo fazer jus a ele.
Ao romper dos fogos de 2010, eu senti esperança. Vontade. Eu quis com todas as minhas forças um começo. Agora eu sei que tudo será diferente: ao invés de esperança, sentirei tristeza. A vontade está se dissolvendo e o tempo parece estar alheio a isso. Verdade seja dita: estou com medo do fim.

As noites estão curtas, o sol apressou-se, e daqui a pouco já é amanhã. Eu penso na próxima linha enquanto o relógio continua girando. É estranha essa sensação de ter que deixar tudo pra trás, de ter que parar no que parece ser metade do caminho e desejar um feliz ano novo... De pensar que amanhã poderei olhar pra trás e não sentir carinho por rostos que hoje significam tanto.
Também é estranho sentir essa vontade louca de permanecer pra sempre dentro das pessoas, em um fio de pensamento que seja. De morrer de saudade do que ainda nem ficou pra trás.  E o mais difícil ainda: ter consciência de que vai ficar.
E ainda conseguir se sentir feliz no meio desse turbilhão! Pois todo mundo já tá cansado de saber que a vida é mesmo assim... Feita de complicações. Se nem as areias se firmam, nem os ventos se repetem... Se os ares sempre são novos, se um dia nunca é igual ao outro, se eu não sou como você... Como querer fazer exigências? Como não querer colocar um pé na frente do outro vivendo em um mundo que está em constante movimento? Como reclamar se não se sabe o que dizer? Como gritar, quando a voz não sai? Como ficar aqui sabendo que não há escolha, pois com ou sem mim a meia-noite vai chegar?
A resposta é simples: não tem como.

E o que resta é agradecer... Pois em um ano em que até as decepções foram felizes, chorar não é a melhor saída.
Então obrigado a todos que me fizeram ter certeza do que pedir quando for à hora. Que me fizeram querer morrer de rir quando eu queria chorar de dor. Que me deixaram ensinar, que acreditaram em mim, que me deram a mão e autorizaram a colocar a fenda. Que se descobriram junto comigo, e que me fizeram ter certeza de que só não há felicidade. Que me ensinaram que nunca é hora de parar, e que nunca se tem todas as respostas. Esse ano eu não aprendi nada sozinha, e assim as lições serão muito mais difíceis de esquecer. Foram vocês. É por vocês. Eu amo vocês amigos.



OBS: desculpem, não consigo parar de ser tão pessoal. :/

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Velhas novidades

É... Eu sei que faz tempo que não apareço por aqui. E também sei que a culpa é exclusivamente minha mas é que faltou inspiração, cabeça, vontade. Acho que o que faltou mesmo foi muito de mim mesma esses dias. Mas eu não posso e não pude evitar.

A verdade –e nada melhor que começar com verdades- é que a minha vida mudou de repente, um desses giros de 180°. E dói admitir, mas eu me perdi dentro dele. Foi como andar de montanha russa: no meio da adrenalina eu me senti enjoada e com saudade da segurança que foi chutada com força quando decidi entrar na fila. E quando o ritmo já não parecia tão mal, fiquei de cabeça pra baixo. E gritei. Quis chorar e dizer que queria sair, mas não tive tempo.  E me sentir a pessoa mais complicada do mundo só por estar ali não foi suficiente pra fazer a tonteira passar. Acho que foi por isso que não quis descer. Deu medo... E tá dando até agora, pois sentada aqui na mesa, olhando pela janela de onde tudo já parece ter tomado forma, que ainda me pego achando que fiquei lá em cima. E talvez tenha ficado. E eu PRECISAVA E PRECISO me achar. Pra isso, andei fuçando a memória pra me situar novamente. E o resultado foi que por detrás das gargalhadas dadas, as lágrimas trouxeram à tona o banho de realidade.
 O fato é que sou uma pessoa extremamente difícil e já fiz muita porcaria sem pensar. Já bati o portão de casa, já implorei pra minha vida mudar, já joguei a cadeira, discuti muito feio com meu pai e mandei toda minha família tomar naquele lugar por não aceitarem um namoro que não me levou a lugar nenhum. Com a cadeira eu ferrei a parede, com os insultos consegui distância, fui uma rocha durante toda a briga e depois chorei por horas no chuveiro. E a vida mudou que eu nem vi.

Aqui e agora não quero nada, mais já quis muitas outras coisas que não aconteceram.  Eu sei, é complicado. As vezes acordo super sensível, em outros sou mal com todo mundo, e digo que estava naqueles dias. Dane-se, a vida é minha e posso ter quantas TPM’s quiser. Costumava acreditar em horóscopo até o dia em que ele me falou uma coisa que eu não gostei, e fiz a sorte de quem quer que fosse ser a minha. Me sinto mal até se outra pessoa rir pra mim e eu não retribuir, se acontecer algo com ela e a culpa for minha, se alguém ficar triste por minha causa. É, eu sou uma manteiga.
Costumava pedir desculpa ao mundo (mesmo que ironicamente) por que não conseguir ser de outro jeito. Agora peço por não ser de jeito nenhum, e acima de tudo não saber o que quero. E peço pra vocês também, que já devem ter percebido que ando escrevendo pra mim. Por que isso aqui, sou eu.

Então acho que chegou a hora de admitir que isso não aliviou minha culpa, e que o próximo post só vai existir quando eu voltar, ou me refazer, ou sei lá, por que verdade seja dita: se eu não tiver algo a dizer para mim própria não vou ter pra mais ninguém. Concordam? Então.
Sorte.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Amy Winehouse




É muito difícil falar sobre o que não se conhece: é como tatear o vazio em busca de algo abstrato que ninguém mais vê ou sente. Não falo da música, que sim, conheço por alto e não nego: que artista. Falo da pessoa. E resolvi começar por ela por que pra mim é a representação do problema real, em carne e osso. 
Não que a vida dela não seja pública, mais tento entender o que está por trás da foto, do cabelo, da loucura excessiva que sua imagem representa. E não consigo. E me arrisco.
De novo.
Sei que é um julgamento injusto: são meus os ideais. Mas quem nunca fez isso? Quem nunca deixou de comprar um livro pela capa escura e sem expressão? Ou então que comprou a extremamente colorida e se deparou com folhas desbotadas?
No caso da Amy o que vi e vejo é apenas uma coisa: tristeza. Tão excessiva quanto à loucura, citada acima. Doentia. O quanto? Suficiente para fazê-la criar um hino contra-reabilitação que pra mim só define uma pessoa insegura, sem fibra suficiente pra sustentar os problemas, que diga-se de passagem: foram criados pela mesma.
Suas músicas nos levam a um universo estranho. A voz rouca expressa um breu que parece sem fim, que perfura, machuca e que ao acabar só faz restar alívio.
 Contudo, é como uma droga. Você quer de novo, por que o ser humano é sedento de sentimento, e infelizmente: de qualquer tipo.
Pra mim ela passa longe de ser um exemplo. Pelo contrário. É uma pessoa que não é nem metade do que se quer ver no espelho. Tudo bem, ela é humana e infelizmente tinha um público que estava tão sedento de som quanto de vexame. Mas podia ter feito diferente. Por quê problemas... todo mundo tem. Simplesmente morreu. Deixou pra trás um "belíssimo cadáver", sim. Talvez alguma expressão mais ampla. 
Mas quis isso.
Pra fugir? Não sei. Ninguém sabe.

E você aí pode estar dizendo que ela tentou. E eu te respondo que não tanto quanto deveria. E você deve insistir: Ela se apaixonou por um drogado que a influenciou. Mais leia a frase de novo. Achou o porém? Então.
Eu não ignoro que nem sempre é possível voltar. Mais a gente não se entrega. E Talvez eu devesse me calar agora, por que isso aqui perdeu totalmente o foco, ou por que você já deve ter dormido. 
Mais é que dá medo. Medo por você, pela sociedade. Pelas pessoas sem opinião. Que caem em poços sem fim. Pelas que acham que não tem saída. Pelas que estão a ponto de pular da ponte.

E sempre há uma. 

Sempre. 

Então eu imploro, não desistam disso por nada nesse mundo.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Música

Hoje acordei cedo, e decidi sair de casa pra respirar.  Peguei um casaco e desci. Sentei no estacionamento quase que sentindo o gosto do frio das cinco da manhã.  Fiquei lá meio encolhida, com um sorriso meio escondido, observando os carros que pouco a pouco enchiam a pista numa melodia desarmônica, quando a única pessoa que eu não esperava ver, veio me perguntar se eu era uma dessas que gostava de música. E no por quê. Perguntas que inicialmente não são dignas de uma reflexão, pois quem me conhece sabe o quanto eu gosto do negócio. Mas eu disse inicialmente não foi?

Então. Admito que respondi balela pela força do hábito. Mas aquilo ficou na cuca, meio que... Encucado. E voltei pra casa num pulo pra buscar os fones na ânsia de tentar entender o que leva alguém a fazer uma pergunta desse porte à outra que se encontra de roupa de dormir e casaco no meio do quase-nada.
E não consegui. Pois, como dizem: não dar pra saber o que se passa na cabeça de cada cidadão.

Em contrapartida, agora sei responder a altura. Por que acabei de descobrir que música tem cor e sabor. É como o vento, ou o mar. Você escolhe! É como uma capa que se veste por uns minutos e se retira, num corte fundo mais não desagradável, pelo contrário: bonito de se ver.
Particularmente, gosto de todos os ritmos. Cada um me faz lembrar de um tempo, de um momento,  de um pedaçinho de história que ficou pra trás, ou não. Como as lembranças que vêem lentamente junto com o velho MPB no som gasto e gigante do vô Marcílio que parecia gritar de tanto sentimento no comando de Caetano e Roupa Nova.
Ou no pagode da rua, em pleno domingo. No rock que pulsa dentro do fone na hora de ir pra aula.
Na exclusividade que a música brasileira tinha no antigo hoje perdido mp3. No rap torto com letra bruta às nove da manhã, nos intervalos de 2009.
Devo admitir também, que sou amante de todas as outras(!) artes, mas que pra mim os músicos superam-se. São eles que tocam várias gerações com uma letra, que não escolhem pessoas, que emocionam, que fazem parte da vida de tanta gente (inclusive da minha), e que dizem tanto em tão pouco tempo. Que passam por diferentes gentes afogando todo mundo num mesmo mar.  

Isso pra mim, é mágica.

Então a eles, o meu respeito.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

E acima de tudo, é preciso ter fé. Fé em tudo: dias melhores, coisas melhores, pessoas melhores.

E com tanta coisa ruim, me admiro por nunca ter perdido a minha.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

As tantas primeiras coisas. (crônica)


Era noite.
Mais uma destas tão normais quanto a velha praça, que pouco a pouco enchia-se de energia. Os bancos eram de madeira e as árvores descabeladas pareciam crescer onde bem entendessem, sem quê nem porquê. A mágica daquele lugar apesar de visível e distinta, era viva, o que a fazia diferente das outras. Formada apenas pelas próprias pessoas, natureza e essas coisas que se moldam através do pensamento.
Mas hoje, havia uma coisa errada.
A calma que ali era sempre constante, estava sendo quebrada. E tamanha inquietação vinha do ponto menos iluminado e mais bonito onde se encontravam dois jovens, fazendo o que era inicialmente simples se tornar complicado, na mesma proporção em que água pura vira salobra.
A discussão era contínua e parecia haver começado a muito. Ela estava um pouco afoita e repetia automaticamente a frase “Isso não vai dar certo”. Enquanto ele apenas observava com um sorriso tanto irônico quanto sarcástico aquele ser tão difícil de lidar tentar consertar o trabalho de ciências, que segundo ela (e somente ela), estava errado.

Em seu ponto de vista, ela era tudo que há de errado em um ser humano: chata, arrogante, prepotente, cabeça dura, teimosa. A insuportável. A linda. A inteligentíssima Ana, que andava pra lá e pra cá com uma meia listrada e cabelo azul. Que o encantava pelo tom, pela profundidade que seu olhar escondia por entre os traços pretos de lápis barato. A louca. Que talvez ainda não soubesse, mas era a única pessoa que o impedia de cortar os cachos do cabelo loiro que caíam no seu rosto de traços tão finos.
E ali, naquele exato momento em que ele voltava a sua atenção para a pequena e brava criatura que parecendo cansada sentou-se também, que alguma coisa mudou. E de forma tão incompreensível quando inesperada, os dois que eram tão diferentes se tornaram por alguns segundos iguais. Os olhares se cruzaram, e partindo mais dele que dela que não sabia bem o que fazer nem como fora para ali, que o beijo aconteceu.

O primeiro dela. O melhor dele.  

E minutos que pareceram uma eternidade se passaram, fazendo desgrudar o que há muito já devia estar junto, e a confusão e o nervosismo tomaram conta fazendo com que o ar à pouco colorido se tornar pesado; as mãos se soltarem em um único ato, e a complicação entrar em êxtase.
Ela foi embora quase voando, ele permaneceu ali estático, parado e feliz, pensando em procurá-la no dia seguinte, por quê pode ser que ela também ainda não soubesse, mas ser bom só enquanto durou, não fazia seu tipo preferido de aventura.

(continua)

sábado, 1 de outubro de 2011

E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar, não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar...

"(...) Sem pedir licença muda nossa vida, e depois convida a rir ou chorar...  "

É incrível como as coisas mudam. A todo tempo, a toda hora, a todo segundo. Nada nunca permanece igual, e isto inclui você, eu e todo mundo. Te dou um exemplo: hoje eu saí com o cabelo solto e o vento o deixou em um estado deplorável. Então amanhã eu vou usá-lo para o outro lado, ou preso, ou andar de costas. Entende? 
Eu usei este exemplo tão fútil, só pra mostrar que isso não se aplica apenas aos sentimentos, vontades, coisas e desejos.

Por que depois de um tempo, a vida te obriga a entender que nada dura pra sempre. “Dura o tempo necessário para se tornar inesquecível”, pelo menos foi isso que me ensinaram. E pra ser inesquecível, não precisa ser igual, e não será.

Só que isso não significa que vai ser ruim, nem melhor, só vai ser diferente... E não dói aceitar. 

Pois querendo ou não o futuro chega. Quando menos se espera ele está ai, na nossa cara, nos empurrando pra frente. E tem gente que faz das tripas coração pra permanecer parado, no ontem.

E isso é triste. Pelo simples fato do tempo ser algo TÃO bonito!

Eu sou contra o pensamento que diz que o mesmo apaga, cura e te faz esquecer. Na minha cabeça se fosse assim iríamos deixar de entender muita coisa. Veja:
Você estava em um relacionamento que não estava dando certo. Lutou por ele, tentou de todas as formas possíveis retardar a mudança que já estava na porta: quase implorando pra entrar. Mas depois de algum tempo, aceitou que era mesmo o fim. Só que junto com a aceitação veio a dor. Que por sua vez, também passou. E você diz por ai que foi o tempo que te curou, quando na verdade, não foi bem assim. A única coisa que ele fez foi passar, fazendo você entender aquilo que lá no fundo já sabia. Te fez aprender. Na marra.

Eu sei que há muitas coisas que nos impedem de querer seguir em frente. As outras, além destas. Sei que não adianta eu falar, se você não estiver preparado para ouvir. Eu engulo minhas "fases" por não estar. Por quê há os amigos que ficam, o “tempo bom que não volta mais”, a falta de responsabilidade... Só que a vida é isso aí! Ela, que apesar de quase nunca ser como queremos, sempre está com a razão. Ela passa, e você é quem decide se quer ficar. Porquê talvez, e só talvez, o tempo bom mesmo, seja esse.
Pense: O que você é agora? E amanhã, quando olhar pra trás, o que verá? O que você QUER ver? E se o tempo tivesse pernas e braços? Até que ponto todo o amor pelo passado te faz seguir em frente? 
Mas... e se o amanhã fosse hoje? E se o futuro fosse agora? E se esse mesmo tempo, te convidasse para abraçá-lo; você correria com ele?  E sem esse amor, o que restaria de você? Qual sua essência? 
Valeu ou não a pena? 
E se no lugar de olhar para trás, apenas seguisse adiante?

O que você tira de disto?

domingo, 25 de setembro de 2011

Papo furado



Pleno domingo, e eu, sem nada pra fazer. Mas tudo bem, tudo o que eu queria mesmo era UMA ligação. E nem era uma dessas grandes, era só uma ligaçãozinha.
Só que eu não estava tão louca a ponto de gastar o ÚNICO dinheiro que eu tinha: míseros dez reais (quantia que pra falar a verdade eu ainda me orgulhava em possuir). Mais eu disse ainda.
Por que chegou uma hora que eu não agüentei. É eu estava muito necessitada.
E afinal, quanto drama! Eu só ia ligar uma vez e os créditos duram um mês, né verdade?
Pois bem. Coloquei o bendito. Só que me ocorreu UM pequeno problema: mal peguei no celular, e começaram a chegar aquelas velhas-mensagens sobre o que vai acontecer na novela das 20h. É: "Quinze beija Dagmar e Marcela procura por ele, que a expulsa do Tupinambar." Bom, se por um milagre eu soubesse que são esses seres humanos, ficaria menos puta. 
Por que: COMO ASSIM QUE EU BOTO CRÉDITO E CHEGAM 20.000 MENSANGENS POR SEGUNDO GASTANDO O MEU LINDO DINHEIRINHO??!!!

Não, isso estava errado.

Depois de muito reclamar/xingar, liguei pra claro. Eu já estava com quase cinco reais a menos em pouquíssimo tempo. Esperei horrores pra falar com a atendente (e pra ouvir ela me dizer que eu tinha pedido o serviço).  Mas então: dados completos, ela me deu um número e disse que eu tinha que mandar a palavra ‘sair’. Tá, 48033.
Só que não se enganem.  Eu sou muito mula e esqueci o número assim que desliguei. Peguei a caneta, e tentei novamente. MAIS UMA HORA PERDIDA. 

Mas pronto, agora já está anotado: é só enviar, e fim. Lindo assim, porque das outras vezes eu já havia caído na de mandar ‘não quero mais mensagens’, ‘Sair.’, ‘não’; e essas coisas que todo mundo já fez na vida. 
Mas agora, rá, foi diferente. Enviei logo um SAIR com letras maiúsculas como tem que ser, pra cancelar essa desgraça.
Fiquei MUITO feliz, mais foi tipo assim: MUITO, quando chegou à mensagem onde a primeira coisa que eu li foi: “cancelamento realizado com sucesso”. Só que durou pouco. Pouquíssimo. Deixa eu ver... até  a terceira linha onde dizia que eu paguei QUATRO E NOVENTA E NOVE pra cancelar esta porcaria.

COMO É QUE É?! 
É tipo tropa de elite numa versão “pague pra sair”.
Agora me diga você, o que eu fiz? Cadê meu Deus agora? Eu mereço tamanha injustiça? Logo eu, que coloquei dez contos de crédito e duas horas depois tive que dar toque? Sério, eu fiquei muito revoltada. E eu ordeno que você sinta pena de mim agora.

Mas calma, tudo tem dois lados e apesar dessa confusão toda, eu descobri coisas que não teria descoberto se tivesse ficado dormindo como planejado...


Primeiro: eu ODEIO a claro mais do que eu pensava. E olhe que já pensava... Mais isso que eu sinto agora é novo, diferente, puro, INCONDICIONAL. É, eu sei que sou profunda.
Segundo: Um PORRAMERMÃO bem usado pode salvar sua vida E sua saniedade.
Terceiro: Oi, meu nome é Lisa e eu sou muito pobre. (isso eu já sabia)
Quarto:Jogar o chipe no chão não faz ele quebrar. E se você jogar com vontade, ele vai sumir. E se você jogar o aparelho junto, 100% das chances são de só CELULAR quebrar, e eu disse só. Acredite, experiência própria. Então: se controle.


E por último e não menos importante, um recado: 
Prezada atendente da claro, quem contratou esse serviço de merda, foi a senhora sua mãe. Um beijo.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Valores.

Quando penso na morte, a única coisa de que consigo ter certeza é que não sei o que penso. Pois veja: morrer é uma coisa tão natural, que já nascemos até sabendo que mais cedo ou mais tarde irá acontecer.
Sim, a morte é imutável. Está presente em quase tudo, assim como a vida.
As flores e folhas morrem, os animais morrem, os sentimentos morrem. Nós morremos. E quando chega a noite, até o sol se vai.

E me dizem que esse é o grande espetáculo da vida.

A morte não liga pra nós, não liga para nossas obras, pouco se lixa para o que estamos ou não deixando pra trás. Portanto, eu tenho mania de achar que o que ela quer mesmo é nos ensinar a viver. Então, nunca tenho pena dos que se vão, no muito, é da forma como morrem. Mas me diga, há alguma justiça em morrer dormindo? Não. Lá no fundo, tudo é igual...
Sendo assim, tenho pena dos vivos, sobretudo dos que deixam de viver e ver. Que são de  natureza cega, daltônicos para as cores do mundo, e além de tudo, para a mistura delas.

Uma vez li que Deus “é isso aí”. E talvez seja! Talvez Deus seja mesmo o canto dos pássaros, seja toda essa imensidão azul, seja o sol que se afoga todos os dias no mar, mas que sempre raia novamente. Talvez Deus seja as estrelas, a lua, seja estar vivo.
Já vieram me contar da tristeza que é descobrir que se quer outra coisa, no meio da que já se está fazendo. Já pensou? Descobrir que quer fazer jornalismo, no 3° ano de direito? E aí? E aí que com toda a ironia que me é permitida, só resta dizer que a vida é curta. Muito.
O problema é que a gente tem mania de achar que a realidade é triste. E não é. Porque apesar de tanta desigualdade, tanta violência, tanta morte em si, a beleza é visível. Os sorrisos estão aí, a terra nunca para de girar, e o sol... Ah! o sol continua se pondo.
Sempre.
Assim, repito que o que a morte quer, é nos ensinar a viver. Ela nos trás outros ângulos, e talvez seja também parte de Deus.

Então, se um dia eu pudesse escolher como morrer, escolheria partir criança. Por que nada mais é preciso saber, do que ela sabe. Nada mais é preciso ter, do que ela tem.  Sim, pois mesmo com nada, a criança acha que tem tudo. Tudo que é preciso pra ser feliz. Ela tem Deus, tem paz. Ela enxerga.
Somos nós que estragamos tudo. São os carros caros, as casas caras, as roupas da moda. É essa política tão suja. É a poluição que embaça os olhos, que os cansa. Quantas vezes você já parou pra olhar aquela árvore que está ali todo dia? Na certa também nunca parou pra pensar em quanta vida há nela.
Uma criança não só faz isso, ela vai além: “bate um papo”.

Pena que talvez seja tarde demais para esse desejo. Ou não. Vai saber.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Papo furado: a SAGA.

Quinta-feira. 08/09. 07:30 da manhã.
Estava eu, em um ônibus lotado: via-centro. Pra tirar a bendita identidade.
Cheguei lá (finalmente), e não gosto nem de lembrar o que eu senti ao entrar. Uma verdadeira multidão. Tinha nego sentado, nego em pé, na fila, tirando foto, dormindo, se abanando, conversando, esfregando os dedos na máquina de tirar as digitais. É o tipo de lugar que você entra e quer sair. A única coisa que consegui pensar foi: AI, MINHA ALMA. Então, tentei convencer a madame que a porta da rua é a serventia da casa. Em vão.
O jeito foi se conformar, e esperar vagar um lugar nas paredes pra se encostar. Mais me diga o que seria da vida sem paciência? Enfiei o fone no ouvido, pezinho batendo, calor dos infernos. Meus pensamentos iam e vinham de cama para sorvete, sorvete para cama. Sério. Não sei quanto tempo passou. Escutei música, bebi água, conversei, tirei a camisa xadrez, coloquei de novo, destruí meu esmalte, e escutei mais música. Quando tava quase PAGANDO pra sentar, minha mãe desistiu de esperar: “Vamos voltar pra casa e mais tarde a gente vai no shopping Farol, por que deve ser mais tranqüilo por lá”. 
Quem sou eu pra discordar? Pelo menos lá tem ar-condicionado.
Bora, de volta ao lar.

Quando cheguei quis tirar o CPF, por que já que tá na chuva é pra se molhar, vamos fazer logo tudo. Fui aos correios. E não aconteceu exatamente do jeito que eu esperava. Fiquei MEIA-HORA esperando a mulher decidir se o sistema estava ou não fora do ar. Aí acho que ela cansou, e resolveu me informar, com a cara mais lisa do mundo todo. E eu olhei pra ela DAQUELE JEITO: “minha amiga! Eu tenho cara de palhaça? Que demora foi essa? Eu juro que iria compreender se você tivesse falado antes, mais agora eu só saio daqui com esse CPF!!!! Porque isso é um absurdo! Ah, e não me olhe. Eu exijo justiça pelas minhas pernas. Ok?” Tá, mais isso só aconteceu na minha mente. O que eu disse de verdade foi: Ah, e quanto tempo demora pra voltar? “Não sei... às vezes a tarde toda, sabe?” NÃO, NÃO SEI. Saí pisando. Voltei em casa, fui no shopping.
Quando cheguei eram mais ou menos duas horas, mais fui tomar um caldinho de camarão, que só pra constar, não continha camarão.
Após, entrei, subi. Exatamente 14:10. Bateu aquela felicidade quando eu vi que não tinha ninguém no centro de identificação. Entrei com um sorriso de orelha a orelha, como manda o figurino. E sem mais delongas, ela falou que o atendimento era apenas até as 14:00. Mais que lá no centro eram até as 18:00, e que pela tarde era bem calmo. MEU DEUS, eu amaldiçoou aquele caldo até agora. Eu saí e nem pedi brigado, ainda bem que raiva não mata. Decidi que eu merecia um descanso e fui assistir planeta dos macacos. Filminho meia-boca, acabou mais de 16:00.
Corri pro ponto, chuviscou, peguei o ônibus, derrubei a carteira na hora de passar pela roleta. Perdi dinheiro. Cheguei no centro. 17:15. Só faltei correr, atropelei um monte de gente, e para minha surpresa NÃO TINHA NINGUÉM. Como assim? Cadê aquela negada toda? Bom, menos mal. Peguei a ficha 205, e digo com toda certeza do mundo que as outras 200 foram entregues pela manhã. Aí esperei o comprovante e fui atrás de uma lotérica pra pagar a taxa. Rodei e rodei, até que um lugar me chamou atenção pela quantidade de gente na porta. Nem preciso dizer que lugar era. Fui pra fila. 17:48 foi a hora que consegui pagar, e saí SEM o troco completo, pra variar. 
Corri de volta. Cheguei em cima da hora, fiz essa desgraça, e nem comento a foto.
Peguei um ônibus ultra-lotado, mas pelo menos sentei. Acho que estavam dando dinheiro na pista.

Mas enfim, cheguei em casa. Cansada, sem paciência. Ainda fui na farmácia comprar acetona. E lá, NADA tinha preço. Sério, a permanente vai falir (é, é praga). Só de raiva peguei TODOS os tipos que encontrei e fiz ele conferir os preços de uma por uma, e ainda levei a mais barata. Coitado do cara, nem teve culpa.
Mas, o fato é que tá difícil virar gente hoje em dia. Então se um dia eu perder a identidade e precisar de 2° via, eu vou me suicidar, sério. 

quinta-feira, 1 de setembro de 2011



" (...) Uma tranquilidade sem sentido, estabeleceu-se em sua consciência, um sorriso quase abstrato retratava a paz que ele nunca sentira, uma paz que sempre buscou naquilo que o dinheiro pode oferecer, pois, na verdade não percebera as coisas mais normais da vida. E o que é normal nessa vida? A paz que para uns é isso e para outros aquilo? A paz que todos buscam mesmo sem saber decifrá-la em toda sua plenitude? O que é a paz? o que é mesmo bom nessa vida? SEMPRE teve dúvidas sobre essas coisas. 
Mas NINGUÉM pode dizer que não existiu paz numa cerveja bebida no bar do Bonfim, no pandeiro tocado nos ensaios da escola de samba, no riso de Berenice, no baseado com os amigos e nas peladas de sábado à tarde. Talvez fora muito longe para buscar algo que sempre estivera ao seu lado. Mas pode realmente haver paz plena para quem o  viver fora sempre se remexer no poço da miséria? Buscara algo que estava tão perto, tão perto e tão bom, mas o medo do orvalho repentinamente virar tempestade o fizera assim: cego para a bonança, que agora vinha juntamente com a dor, e talvez, e só talvez a paz estivesse no canto e no vôo dos passarinhos, na observação da sutileza dos girassóis vergando-se nos jardins, nos piões rodando no chão, no braço do rio sempre indo e voltando, no frio ameno do outono e do inverno, e no vento em forma de brisa. 
No entanto, tudo sempre poderia se agitar de um modo indefinido e cair na mira do seu revolvér. Mas alguém pode enxergar o belo com olhos obtusos pela falta de quase tudo que o ser humano carece? Talvez nunca tenha buscado nada, nem nunca pensara em buscar, tinha só de viver aquela vida que viveu sem nenhum motivo que o levasse a uma atitude parnasiana naquele seu universo escrito por linhas tão malditas


Deitou-se bem devagar, sem sentir os movimentos que fazia, tinha uma prolixa certeza de que não sentiria a dor das balas, era uma fotografia já amarelada pelo tempo, com aquele sorriso inabalável, e a esperança da morte ser realmente um descanso para quem se viu obrigado a fazer da paz das coisas um extremo campo de guerra. Aquela mudez diante das perguntas de Belzebu e a expressão de alegria  melancólica que se manteve para sempre, dentro do caixão. "


( Cidade de deus )




nota: Um dos melhores textos/trechos que já li!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

"E ainda vai levar um tempo, pra fechar o que feriu por dentro.
Natural que seja assim, tanto pra você, quanto pra mim."

sábado, 27 de agosto de 2011

Crônica


E no caminho para casa, escutou vagamente, o que duas senhoras conversavam na estação do trem: “- Lutar é uma merda. Amar é uma merda. Viver é uma merda”.
Ela, com seus botões, concordou.

Merda.

Não julgou as senhoras, apenas lembrou-se da ultima vez que deu de cara na parede, por isso as compreendeu.
É verdade. Por que cair no chão dói. Dói levantar e ver que há uma janela, mesmo que lá fora esteja chovendo. Dói mais ainda, não querer abri-la. Dói ter medo, dói querer continuar sentada mesmo que este chão esteja frio.

Sim, lutar também é uma merda.

Se apaixonar então... Pronto. Aproveitou a deixa que sua memória dera, para lembrar-se, da última vez que encontrara a pessoa que parecia preencher todos os requisitos necessários para fazê-la feliz. E não fez. Não foi. Não deu.

Merda.

Só que chegou uma hora, que ela percebeu que entre todas as merdas e dores dessa vida, a que mais a machucava era o cansaço. Que por sua vez, batia apressadamente lá no peito, exigindo certeza, exigindo o agora.
Foi ai, em que as pernas que estavam cruzadas por tanto tempo naquela mesma posição, ficaram dormentes. E ela se deu conta que o remédio que estava na cozinha poderia ajudar. O frio de repente a sufocou, e o medo já não era mais medo, vai ver havia cansado também.
E quando finalmente decidiu se levantar, mesmo que com a ajuda do móvel ao lado, abriu a janela. Percebeu que além da chuva fina, o céu cinza escondia certa claridade, e que ela não incomodava tanto assim os olhos, que aos poucos se abriram para um novo (mesmo que distante) horizonte.
Se olhou no espelho. Sua boca esboçou um sorriso, o cansaço já não estava mais dentro, arriscava dizer que ia atrás.
Lembrou-se de quanto tempo perdeu.
Subiu no trem.
Ainda concordava.
Sim, viver era uma merda.

Mas que bela merda.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Crônica : Amor?

E era difícil. 


Difícil aceitar que quanto mais ele gostava dela, menos ela se importava. E quanto mais ele a amava, mais indiferente ela ficava. E ele, ah... ele sentia. No beijo, no toque. Uma coisa mais parecida com obrigação de fazê-lo feliz. Mas ela conseguia! Sim, e fazia bem feito. Seu sorriso era um bombardeio, e seu olhar já o fazia se sentir bem.
Mas o tempo não espera, não adormece. E quanto mais ele tentava, mais se magoava. Sempre que ouvia a frase: a vida nos dá o que merecemos, sentia uma dor no peito. Era isso afinal?
Ele sabia exatamente o que queria, sempre soube. 18 anos, um pé na faculdade. Mas o amor... o maltratava.
E um dia simplesmente... a deixou ir. E o fim foi tão doído, que nem teve beijo de despedida. 
Ela simplesmente se foi, nem olhou pra trás. E como o menino que era, foi deixando migalhas no caminho, para que um dia, ah um dia, ela se lembrasse como voltar.
E esse dia nunca chegou. Não que ainda o magoasse pensar nela. Não doía mais. Só o enfraquecia. Sim, o desesperava pensar no simples por que que passara por tudo aquilo, que vira a vida passar diante dos seus olhos, se esquecendo de viver.
E enquanto jurava para si mesmo, que nunca mais faria igual, chorou. Menino. Tão menino. Sabia que não podia controlar, o amor simplesmente vem, e quando você inevitavelmente abre a porta, as surpresas também aparecem. Boas ou ruins, sempre surpresas.  E nem tudo é tão fácil.
A verdade é, que a única coisa que nos faz feliz, é o que mais nos machuca.
E pra ser feliz nesse mundo, temos que aceitar que perdemos. 


Mas havia uma coisa que ainda o intrigava. Já haviam se passado 3 anos. Por mais difíceis que pareceram ser. 3 anos. E o mundo sempre parava no mesmo lugar.
Agora ele conseguia ver com clareza, que por mais fúteis e impensados que sejam os erros, suas conseqüências ecoam por toda uma vida.

E a única conclusão que podia tomar de tudo isso, era que, uma moldura bonita, não deixa um quadro completo. Que as coisas vêm e vão, temos que viver. Seguir em frente, afinal, nada é pra sempre. E o amor... ah, o amor. É o amor apenas. A vida o moldou, e ele entendeu. 
Entendeu que ela era importante, mas que ele era mais. Que nem sempre tudo é como sonhamos, e que era ele que valia a pena. 
E que acima de tudo que a vida não nos dá o que merecemos. A vida nos ensina a escolher, e a ter coragem de buscar.

Onde me encontrarei com meu destino?




Tem muitas coisas que esqueço de escrever. Amigos, corações, vidas transformadas, loucura. Palavras, imaginação, surpresa, Futuro (e que futuro?), Dúvidas, suposições e esperanças. Também tem coisas que escrevo e deixo aqui, ou ali. Que deixo na palma da mão, só pra sentir o prazer de ver, e mudar de opinião em seguida. Eu nunca vivi pra fazer sentido, afinal. O não-óbvio sempre me atraiu, e das tantas incertezas dessa vida, a única certeza sempre foi o que eu sinto. Do resto nunca soube, nem nunca precisei saber. Nunca soube bem como vim parar aqui, mas tenhoabsoluta certeza que ninguém me trouxe nas costas. 
Eu também não sei bem como as coisas fugiram assim do meu controle, se é que eu já tive algum. 
Você pode achar que sou uma perdida, e talvez, ora essa, eu seja. Mas vou te contar que já vivi planos que não deram certo, já dei a cara a tapa E QUE DOEU, já quis andar por outros lugares, mas que na verdade nunca esqueci o caminho de casa. Já me apaixonei por um sorriso, e que ele nunca saiu da minha cabeça. Já troquei de música pra não lembrar do cidadão, mas que isso não adiantou. Já deixei de atender o telefone, por pirraça pura. Já senti pena de quem me machucou, descobri que o melhor grupo, nem sempre chega primeiro, por quê o bom é ter pelo que lutar. Eu também já errei, menti, feri, me feri. Mas tudo isso só me fez e faz ter mais certeza de que o perdão é a melhor solução. Que a vida apesar de ser complicada, é colorida. 



E que você apareceu nela, afinal. E que apesar de tanta coisa, ainda peço para que fiquemos juntos, algum dia. 

Dias mais felizes, pra sempre?



Final de semana passado, a caminho de Pernambuco, olhando pela janela do carro, pra uma paisagem tão vasta, e matutando sobre a vida, fiquei feliz.
Aparentemente sem nenhum motivo, porque sim, a viagem ia ser legal (quando chegasse no destino), mais estar sentada em um carro por quase 3 horas e meia, com a bunda já quadrada, vendo árvores e cana de açúcar, não é bem lá tudo que eu queria.
Mas sim, eu estava feliz. E ao tentar encontrar um motivo pra isso, me dei conta do quanto as coisas no mundo se perderam. Por quê afinal, tem que ter um motivo pra felicidade? Me lembro de um dia, há algum tempo atrás, acho que com meus 9 anos, estava indo pra oficina do meu tio alguns primos, e puta merda, como eu odiava/odeio aquele lugar. Primeiro por conta de uma cachorra doida que toda vez que vê gente quer correr atrás, segundo por quê eu odeio cheiro de gasolina, e sujeira.


Mas enfim... eu estava indo, e quando a gente chegou lá, meu tio disse algo que não vou dizer aqui por vergonha alheia, mais que eu adorei e soltei um: “Hoje é o dia mais feliz da minha vida!”  Que foi logo seguido por uma bronca, por quê Lisa Gabriela, que presepada ficar tão feliz por uma besteira dessa.


Desde desse dia passei a tomar cuidado e procurar um bom motivo pra ficar assim “tão feliz”.
E vou te falar, quanta besteira e quanto tempo perdido. Por quê afinal, quantos dias mais felizes da minha vida, eu não já tive? Por besteira? Por nada? Sim, e daí?
E a pergunta que fica é, isso realmente importa?

Pra mim, não. É como a velha história da pessoa certa. O que a gente realmente precisa é da pessoa errada. Da coisa errada, sair do normal, parar de viver pelos outros. Fazer o que dá na teia, sem se preocupar com o que vão dizer, ou com que cara essa sociedade vai te olhar. 
Por quê as regras, não são necessárias. E não é revolta. Só não é justo.


E ei, você? Não espere que alguém te diga isso. Por que a verdade é que o bom é viver como se fosse o último dia, e amigos, isso não é mero clichê. Por quê um dia você vai a Pernambuco, está sentada em um carro vendo cana de açúcar, e puf. Acabou.
E se não tiver aquele velho sorriso, terá sido completamente em vão. Você não precisa de um namorado, não precisa de motivos. Você pode ficar esperando alguém te chamar pra dançar, ou ir conforme a música. A escolha, é só sua. 
Mas se quer um conselho, a pista é sempre mais legal.

E como diria Gabriel Garcia: “ A vida está nos olhos de quem saber ver.”