terça-feira, 16 de agosto de 2011

Crônica : Amor?

E era difícil. 


Difícil aceitar que quanto mais ele gostava dela, menos ela se importava. E quanto mais ele a amava, mais indiferente ela ficava. E ele, ah... ele sentia. No beijo, no toque. Uma coisa mais parecida com obrigação de fazê-lo feliz. Mas ela conseguia! Sim, e fazia bem feito. Seu sorriso era um bombardeio, e seu olhar já o fazia se sentir bem.
Mas o tempo não espera, não adormece. E quanto mais ele tentava, mais se magoava. Sempre que ouvia a frase: a vida nos dá o que merecemos, sentia uma dor no peito. Era isso afinal?
Ele sabia exatamente o que queria, sempre soube. 18 anos, um pé na faculdade. Mas o amor... o maltratava.
E um dia simplesmente... a deixou ir. E o fim foi tão doído, que nem teve beijo de despedida. 
Ela simplesmente se foi, nem olhou pra trás. E como o menino que era, foi deixando migalhas no caminho, para que um dia, ah um dia, ela se lembrasse como voltar.
E esse dia nunca chegou. Não que ainda o magoasse pensar nela. Não doía mais. Só o enfraquecia. Sim, o desesperava pensar no simples por que que passara por tudo aquilo, que vira a vida passar diante dos seus olhos, se esquecendo de viver.
E enquanto jurava para si mesmo, que nunca mais faria igual, chorou. Menino. Tão menino. Sabia que não podia controlar, o amor simplesmente vem, e quando você inevitavelmente abre a porta, as surpresas também aparecem. Boas ou ruins, sempre surpresas.  E nem tudo é tão fácil.
A verdade é, que a única coisa que nos faz feliz, é o que mais nos machuca.
E pra ser feliz nesse mundo, temos que aceitar que perdemos. 


Mas havia uma coisa que ainda o intrigava. Já haviam se passado 3 anos. Por mais difíceis que pareceram ser. 3 anos. E o mundo sempre parava no mesmo lugar.
Agora ele conseguia ver com clareza, que por mais fúteis e impensados que sejam os erros, suas conseqüências ecoam por toda uma vida.

E a única conclusão que podia tomar de tudo isso, era que, uma moldura bonita, não deixa um quadro completo. Que as coisas vêm e vão, temos que viver. Seguir em frente, afinal, nada é pra sempre. E o amor... ah, o amor. É o amor apenas. A vida o moldou, e ele entendeu. 
Entendeu que ela era importante, mas que ele era mais. Que nem sempre tudo é como sonhamos, e que era ele que valia a pena. 
E que acima de tudo que a vida não nos dá o que merecemos. A vida nos ensina a escolher, e a ter coragem de buscar.

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