O engraçado em ter um blog/caderno/diário é que a gente
sempre escreve sabendo que no rascunho vai dá merda, que no outro dia não vai
concordar, que daqui a um mês ou dois vai olhar pra trás –ou pra tela
fria do computador- e se perguntar o que te levou ali ou acolá. Particularmente,
quando me ponho sobre o teclado é com a certeza na ponta dos dedos e o mundo na
palma da mão. E mais engraçado ainda é que a gente vai aprendendo a se
descobrir numa história contada por nosso próprio coração. Meloso? Talvez. Mas
das tantas certezas que já tive/tenho a que ainda me acompanha é que aqui é o
único lugar onde de fato posso encontrar colo, simplesmente por que quem me acolhe sou eu
mesma.
Então me deixem contar uma coisa pra vocês: Olho pra trás e não
consigo me enxergar mais na pessoa de um ano atrás. Que dentre tantas coisas
achava que a vida dependia de diversos fatores: do tempo, da hora, das pessoas,
das opiniões; Que escutava os outros e defendia suas verdades como próprias; Que
ia levando e se conformando pra buscar mais tarde; procurando conceitos pra
formar opiniões.
Hoje em dia, sei que a vida depende exclusivamente de mim e
do que eu quero; aprendi a escutar sem amarras e só tomo por verdade o que realmente
acho que é; vou arrastando tudo, tentando fazer sobrar só o arrependimento e
não vontades. No meio disso tudo, parece mesmo é que estou aprendendo a criar meus
próprios conceitos...
E como há 10 meses venho esperando as coisas finalmente começaram
a tomar forma e se colocaram em minha frente. Confesso que não foi de maneira acolhedora, mas o sabor do desafio me empurrou e é o que me
mantém sob (in)costante movimento até
agora.
E já que o assunto é confessar, vou logo mandar mais uma: nunca
estive tão bem comigo mesma! Uma sensação de dever cumprido (por hora), de
realização. Vontade de gritar pra quem quiser ouvir como tenho capacidade
suficiente pra dizer que estou começando a ser dona das minhas próprias decisões.
De um tempo pra cá criei “peito” suficiente pra “peitar” qualquer um que se
sinta a vontade pra me ouvir.
Apostei todas as minhas fichas em um tabuleiro incerto,
inclinado. Só que ainda assim é a partida que quero encarar. Por que se eu
não tentar por mim, quem mais o fará? Com medo ou não... Temos poucas chances de
sermos o que de fato queremos e é assim que escolho jogar: com entrega.
E o tempo todo rolam críticas.
E eu só tenho uma coisa pra pedir pra vocês: não sejam
covardes nem cagões. São 32 peças no tabuleiro, e são só as brancas que tem o direito de
sair na frente.
Geralmente, o peão.
Que mesmo correndo grande risco pode
optar por pular duas casas em uma única jogada.