quinta-feira, 29 de março de 2012

Fuck.


Faz algum tempo que não escrevo. Não por que não me venham acontecendo novas coisas, surgido novas ideias, ou que aja menos incerteza nas minhas certezas. Mas não é tão fácil assim. Há alguns dias venho me segurando e me empurrando pra cá, cruzando os dedinhos atrás, por que cá entre nós, largar a mão disso seria como quase tudo que nós trouxe aqui: Um meio sim, um meio não. Uma meia vontade, um meio receio, e lá no fundo um meio (nem que seja meinho) de insegurança. Mudanças, mudanças, mudanças... Toda hora, todo tempo. Sentei aqui sem um tema pronto, e veja só, ainda não tenho um! Ou tenho? Sei lá, são tantos... Comecei a teclar com mil ideias e não me restaram nada. Ou diria que me restaram? opa! Encontraram-me outras boas novas...

Viu só? Tudo é complicado, até o inicio de um texto. E isso se deve ao fato que as coisas são mesmo assim, incertas ou certas... Tudo é muito. E isso acaba preenchendo mais do que devia, infelizmente. Ontem me falaram que eu preciso descomplicar, e que a gente tem que ser mais livre. Ainda dá tempo? É estranha a sensação que fica depois de consecutivos erros e acertos, tropeços, quedas... O infinito ciclo sem fim: Cair, levantar, cair, levantar. Cagadas e combos. De novo, de novo, de novo. O que é se sentir leve e solto em meio a tudo isso? Sinceramente, eu não sei. Se não é possível se livrar de si mesmo, se jogar de uma janela sem morrer, se existem sorrisos feios e bonitos, se existe o certo e o errado, pra mim a liberdade se torna apenas uma desculpa pra justificarmos o que queríamos que a vida fosse e que na verdade não é. Pense: Você ouve o que não gostaria, diz o que não devia, sente o que não quer, não sente o que quer, pensa o que não deve, enxerga onde não tem, não ver o que tem que ser visto, não olha a rua ao atravessar, se anda descalço é quente, se anda calçado aperta, se correr cansa, se andar devagar não chega, vive pra ver vários fins de mundos e santamãededeus ainda tá vivo! A música acaba, recomeça, e continua falando por você. Por que as vezes, não saí. Por que quando tudo parece perdido e pronto pra finalmente deixar o porto, você tá ai, pronto pra outra...

Anda acontecendo tanta coisa ultimamente! E se nada disso é real amigo, me diz: onde é que eu tô? Universalmente, moralmente, socialmente, individualmente... Parece mesmo que outro ano começou. Parece mesmo que os ideais estão intactos e que só mudaram os protagonistas. Só que também parece mesmo, dessa vez em CAPS LOCK que nada é igual...

E talvez a liberdade se pinte de forma grotesca, na cara dura. E por mais clichê que pareça ser, pra mim sentir é chegar ao seu nível máximo. É o terceiro ato, o fim da cena. Por que o único escândalo mesmo é a solidão. É a dor que não saí no jornal. É não conseguir ficar de bem consigo mesmo. É só querer se lembrar do que é agora, não do que já foi. É não virar personagem de si mesmo nem que seja uma única vez. É não conseguir se dizer patrão assumindo que foi lá e fez, só pra não ter que perceber que não devia ter feito. Escandaloso de verdade, é não querer ser selecionado nem se sentir eleito. É não querer se sentir vivo.

E a gente? Ah, a gente vai levando! Nesses encontros desencontrados, nessa saudade sem fim, nessa vontade louca de continuar, no receio de seguir, na expectativa do recomeço ou ainda, do fim. E tem também os desencontros tão bem encontrados, que fazem querer descobrir mais, querer gostar mais, viver mais, cantar mais, SENTIR mais. Nós? Nós estamos por aí, é só procurar! Fazendo do agora tempestade, e da tempestade baderna. Tentando dar a cara pra bater. Estamos na luta, querendo não olhar pra trás a cada passo, tentando ofuscar a saturação e mesclar com violeta... Achando que hoje tudo está ferrado, só pra poder olhar pra trás e pensar que: Vamos tentar do jeito que der, porque talvez, e só talvez, já sejamos e tenhamos mesmo tudo isso...

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